quarta-feira, 6 de abril de 2016

Gonzaguinha... Parte 2

Olá!
Pô, que bom que gostou do primeiro capítulo e voltou pro capítulo 2.
Esse capítulo pois muito do que começamos a conhecer e que a mídia explora da memória do Gonzaguinha vem dos próximos 3 discos!

Os hits começam aparecer nesses discos, como o amadurecimento tanto das composições como da banda acompanhando. Dá pra ver gosto de todo mundo trabalhando!

Então.. Vamos nessa?


Começaria Tudo Outra Vez (EMI, 1976)

Acha que vai vir um disco romântico? Tem suas pequenas pitadas, mas nas 9 músicas tem de tudo, de menos um tema só. Ficou até difícil eu escolher as canções.
Vou começar um pouco fora de ordem do disco para que a gente consiga algum destaque que pintou de todas as pontas da bolacha:

Chão, pó, poeira que é uma das últimas faixas do disco é um tipo de música mais tribal, também, claro, com clima das primeiras canções de Geraldo Vandre (principalmente se focando no album de 1968 pela Odeon também). Ela entrou também como primeira faixa do lado B (seu pai abria o lado A) da trilha sonora da novela "Saramandaia" de fins de 1975. Também fiquei surpreso pela audácia da novela , mas casou realmente muito bem com a temática do tema central da trama. Foi a primeira canção do Gonzaguinha presente em uma trilha sonora de novela.

Espere Por Mim Morena foi outro destaque do disco pra fora do próprio disco. Virou praticamente uma música obrigatória do cantor em todos os seus shows dali pra o resto de sua vida. O arranjo sensacional da parte da banda Modo Livre (sim, eles estavam neste disco também) fica bem característico. A música também entrou em trilha de novela. Ela está presente na trilha nacional da novela "Locomotivas" de fevereiro de 1977, o que alavancou bastante as vendas do disco dele.

Começaria tudo outra vez é, além do tema do disco, outro big sucesso da bolacha. Segundo o próprio dizia, ele adorava recomeçar a carreira a todo o momento. Se reinventar, recomeçar, criar um novo rumo, esse foi o foco principal de sua carreira durante toda ela. Ao observar bem a letra, parece até uma continuação da canção "Dois pra lá, dois pra cá" de João Bosco e Aldir Blanc, mas não taxaria isso de plágio, eu chamo de uma belíssima continuação.

Erva Rasteira , a possível favorita minha nesse disco. É como ele diz no fim da música: É um maracatú, claro que Chico Science & Nação Zumbi se inspiraram e Muito nesse som, ou gonzaga Jr se inspirou do som da cidade natal deles? É , provavelmente sim. Detalhe interessante é que quase todas as canções do lp tem vinhetas diretas da música Chão, pó, poeira.

É um belo disco que deve sim fazer parte de sua coleção. Aproveita que ele ainda pode ser "bacião" graça aos sucessos presentes nos rodopios desse vinil.


MOLEQUE GONZAGUINHA(1977)

Este lp em questão que fez esse post do blog atrasar mais , pois literalmente é meu disco favorito do Gonzaguinha. Ter que cortar faixas para explicar este disco foi um sacrilégio, mas foi necessário pra você não ter que ler uma bíblia literalmente, hahahaha.

Dia de Santos e Silvas É a faixa que abre o disco com a realidade do morador de periferia indo trabalhar nas capitais da vida , esperando aquela sorte pra mudar tudo e ter um pouco de sorte na vida. É um samba sensacional, como há muito tempo não ouvia. Chegou a sair em contato com "espere por mim morena" aproveitando do sucesso da música na novela locomotivas.

Festa e Solidão é a terceira faixa do disco. Um clima totalmente virado para um estilo típico do Clube da Esquina, e, inclusive, a música agradecimento a "Bituca" (apelido de Milton Nascimento), uma música linda! Você se imagina na melodia andando por velhas ruas de Ouro Preto ou Diamantina.
A título de curiosidade: Eu não sei exatamente que ano foi, mas, por tanto gostar de Minas Gerais, Gonzaguinha morava no bairro da Pampulha em Belo Horizonte. Não se sabe se a casa continua em poder da família dele.

(o) Caminho da Roça é a canção que fecha o lado A do disco. Parece um fim de dança junina com um misto de Marcha para o incentivo de uma nação para sobreviver a dias turbulentos (lembrando que já existia o fim de censura, mas não do terrorismo). Uma música que a única coisa melódica é a voz de gonzaguinha, o resto é tudo percussão tocado por todos os membros do Modo Livre (sim, eles outra vez!)

"Por aí" entra nesta lista pois serviu de inspiração para algumas outras canções de Gonzaguinha, principalmente no próximo disco: "Recado", de 1978

Festa/Moleque É a big (ENORME) faixa que termina o álbum, mas é uma faixa tão boa de junção de Músicos e Música que até parece que passa voando como uma faixa de apenas 30 segundos!
Festa é uma canção feita na época das gravações desse disco, enquanto a continuação (Moleque) que já vinha de uma gravação de festival e a presença no primeiro disco de Gonzaguinha pela EMI se transforma. Sai de uma canção singela e vira uma festa literalmente, recomendo muito a todos que dediquem 8:55 para ouvirem esta canção... ou o disco todo que é fantástico!


RECADO - 1978

Esse disco de Gonzaguinha vem ganhando força a cada ano que vai passando desde seu lançamento. Na época até que passou um pouco despercebido , mas a força da canção título e as participações especiais no disco foram empurrando as vendas tanto do lp como das edições em cd do mesmo.

"Por aí" aparece de novo! Mas dessa vez iniciando o disco mais uma vez como vinheta, mas aparecerá de novo, em breve.

O que foi feito Devera, das raras regravações de outros cantores, essa canção faz parte desse disco, e, mais uma vez flertando com o Clube da Esquina, e , por que não , ter suas principais vozes presentes também na canção? Durante o solo da canção, Milton Nascimento aparece cantando "San Vicente" e "Paula e Bebeto". E Lô borges cantando pelo menos "Nada será como Antes". Uma canção fantástica!

Vai meu Povo É uma música que me despertou interesse desde que ela fazia parte de uma coletânea da EMI de 80 que dizia que Ivan Lins e Gonzaguinha cantavam uma faixa Juntos! Era Possível? Pois bem, quando consegui a cópia deste lp que estou falando aqui... lá estava ela!
E realmente estão todos cantando em uníssono, ficando até um pouco difícil de identificar além de Gonzaguinha e Lucinha Lins no coro, mas no refrão aparece lá a voz de Ivan Lins bem evidente, além do piano dele, claro!

E por falar no Rei Pelé é a faixa que termina o lado A. Uma música perigosa pros grandes, mas pro povo é uma arma apontada para a cara pronta pra partir pra bater o penalti (sim, a música confunde dos dois temas). Ela chegou a sair em compacto tendo em seu outro lado "Comportamento Geral" (afinal, a EMI tava precisando vender mais os primeiros discos hehe).

Recado é sim, um recado bem direto: Não mexa com o cara se você não pode aguentar a barra! Uma música muito bonita, bem construída (esqueci de dizer que tem Modo Livre mais uma vez? hehehehe). A música era muito executada por ele ao vivo, mas ganhou ainda mais sucesso a partir de quando fez parte da trilha da novela "Fina estampa" lá pros idos dos anos 2000

Petúnia Resedá , que música bonita pra se terminar um disco pra cima, mas poderia muito bem abrir o disco, ou abriu? Pois bem.. faz sim! Lembra que eu falei de "por aí"? Pois bem, quem é o fim do refrão da mesma? Tá lá! Simone fez uma belíssima versão da música para o disco "Cigarra" também de 1978 que ficou bastante diferente da mesma, mas tem a sua beleza! Recomendo!


Então , finalmente acabei este post, que demorou um bom tempo pra sair, mas está na mão e espero que gostem, do mesmo jeito que gostei de escrever o mesmo!
Vale alertar: todos os discos e músicas (quando possível) tem links com ou a música, ou dados mais detalhados dos albúms!!  Então, até os próximos 3 lps do Gonzaga Junior!!
FUI!


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