Oi Pessoa, tudo bem?
Eu sei, ando muito sumido pois esse ano foi brabo de compromissos para mim (ainda bem).
Estava eu pensando no que escrever para cá pra tirar esse hiato de..o que.. um ano e pouco né? E então resolvi com a seguinte dúvida: O que é que se realmente conhece da discografia do Gonzaguinha,ou, qual disco se deve falar e se ignorar todos os outros?
A resposta para isso foi: Isso é uma pura covardia!
Muita gente já tá bem consciente de que "o que é o que é" é aquela música de fim de roda de samba quando o músico quer chamar a atenção dos mais velhos que estão no recinto. E se acha que o autor ficaria envergonhado? Estás completamente enganado! Era Justamente o que ele queria para essa música! Nas palavras do próprio: ele queria que uma música dele fosse facilmente assobiada pela rua e que ele escutasse ao longe quase sempre que saísse a rua. E não deu outra!
Mas, e o resto das canções?
Por isso hoje eu vou fazer para você uma seleção do que eu gosto de ouvir na dona vitrola (que provoca uma briga danada pra saber qual disco ouve do rapaz, e se vira pancadaria eu desligo ela e todo mundo volta pro armário) e dentro do meu carro quando saio para compromissos.
Então vamos nessa:
Como já diz meu amigo Manoel Filho: "Disco Ruim do Gonzaguinha é ótimo, o resto é du caraleo". E ele tem sim toda a razão pra falar isso! É difícil você falar que vai deixar de escutar um disco pra escutar outro dele, é injustiça mesmo! Todos os discos se encaixam perfeitamente!
Observe:
Luiz Gonzaga Jr (Odeon, 1973)
O primeiro bolachão do cara (que teve algum período antes gravando para a philips com discos de festivais e compactos espalhados) que de cara tem a sortuda "comportamento geral" que, em tempos de chumbo grosso, com essa canção conseguiu sair?
Falando sobre o cotidiano ao estilo "tô passando por alí e olha o que me aconteceu", Surge a sensacional "pagina 13", uma das primeiras a falar nesse estilo de narrativa que é uma bela marca em sua carreira.
Sobre esse passado recente dos compactos e festivais pela philips surge nesse disco a segunda (mas não derradeira) de "moleque" que começa a citar um pouco da própria história do autor, uma doce canção que admiro muito
A primeira canção Frenética (rs) surge já neste disco: Seria um rock? Um pop? Uma continuação ou homenagem a Back in bahia do Gil do expresso 2222 ou uma lembrança dos tempos de colar o ouvido na rádio para ouvir a Nacional? Não se sabe qual seria, Mas "A felicidade Bate a sua porta" tem sua piadinha interna no público que vive no fundo da canção é uma verdade, escute após a segunda estrofe cantada o que o público grita hehehe
Luiz Gonzaga Jr (Odeon, 1974)
O disco do espantalho é talvez o disco mais difícil de pintar por aí (principalmente inteiro) pois ele não teve chance alguma de divulgação do próprio artista pois quando ele mesmo saiu para divulga-lo, teve uma tuberculose que lhe fez ficar quieto em casa (a contragosto do mesmo). Mas teve seus momentos de glória:
Mantendo o clima pesado e obscuro até na mesma pegada do disco anterior surge a canção "Uma família qualquer", que fala realmente de uma família (no caso me soa como uma família carioca pelo que parece da música desenrolando a pista do carnaval), na verdade qualquer música do cara fala de tudo mesmo sem falar explicitamente
E o que seria "meu coração é um pandeiro" (no caso aqui eu tive que optar pela versão da cantora Marlene pois não existe a versão do gonzaguinha disponível) que foi supostamente a faixa de trabalho desse disco (no meu lp promocional vem um baita de um carimbo apontando para a faixa).
Uma faixa ufanista? Justamente num período brabo do país? Creio que não, tá mais pro povo, não pra o governo em questão.
Aí vem uma das faixas que fica mais gasta no lp, que mais repete no YT e no meu carro quando aparece: "Pois é seu Zé". Se já começa a falar do outro lado do estrelato, o lado do executor, do músico, sofrido e sofrendo, mas tem que estar lá enquanto houver público pois tem que defender o seu faz-me-rir. Então coloca um sorriso nos lábios e manda ver.
A música que talvez seja a mais citada de todas em sua coleção é a música "Galope". Tá aí uma coisa que é admirável: Um artista que não tem nenhum problema em citar velhas canções em meio a novas criações. Passei a admirar essa canção justamente por isso!
Plano de Vôo (Odeon, 1975)
O talvez mais cobiçado disco pelos colecionadores (pelo menos todos os meus amigos vivem correndo atrás de uma cópia desse disco).
Como um trato entre Compadres (literalmente), quem bota as garras na obra de Gonzaga Jr como banda de apoio é a banda de Ivan Lins desde o album do mesmo em 1974 que virou o nome da banda... Modo Livre! (Ricardo Pontes-flauta, João Cortez -bateria e Gilson Peranzzetta -piano) disco e aí começou uma parceria que foi até idos de 1980 até gonzaguinha formar de vez a própria banda de base.
O disco abre justamente com o Modo Livre dando um alô com a instrumental "O começo da festa", uma faixa que assusta o desavisado que vai esperando o clima dos dois primeiros lps.
É difícil demais falar de tantas faixas boas reunidas nesse disco. Ao estilo "tá certo, doutor" que tem Roberto Nascimento e Miltinho (sim, ele mesmo), e seria ele falando de seu período tuberculoso?
"Suor e Serragem" vem como a segunda faixa que filho cita o pai por enquanto distante (Luiz Gonzaga), mas ao invés de ser algo recentido? Nada, tá é chamando o povo pra dança, no forró ao estilo Gonzaga Jr
Enquanto a banda brilha instrumentalmente o disco todo, quando você não pode esperar algo diferente, vem a faixa mais foda desse disco.. 5 Gonzaguinhas pra percussão, voz, backing vocal e malandragem na faixa "Geraldinos e Arquibaldos". O time de futsal do cara tá formado, cuidado que agora é morro acima "no campo do adversário é bom jogar com muita calma procurando pela brecha pra poder ganhar", pois bem... ele entrou!
Enquanto você caça os discos pra ouvir inteiros, eu vou ali tomar um cafezinho e já volto pra mais 3 discos ok?
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