Quadrilogia Perry/Nilsson/Ringo e amigos.
O que eu nunca ouço falar é alguém comentando desses quatro discos ao mesmo tempo: Nilsson Schmilsson, Son Of Schmilsson (ambos de Harry Nilsson), Ringo e Goodnight Vienna (os dois últimos de Ringo Starr).
O que tem os albúms em comum se nem da mesma gravadora são? Praticamente TUDO haver!
Pra começar é o produtor... o mesmo dos 4 discos (Richard Perry), e a coisa de que todos esses albums foram gravados com a ajuda dos amigos, e sempre direta, ou indiretamente, ligados ao Beatles.
Vamos seguindo a história pois temos muito a falar:
Disco 1: Harry Nilsson - Nilsson Schmilsson (1971)
Nilsson já vinha tendo um pequeno sucesso com seus discos lançados desde 1967 (destaque para a versão de Everybody's talkin' do album aerial ballet - presente também no filme e na trilha de "midnight cowboy- e o grammy pelo album Nilsson Sings Newman- Randy Newman) mas como todo mundo ele procurava um amadurecimento ainda maior para seu trabalho. Nessa história chega Richard Perry que consegue exatamente o que Harry queria.
O album abre com "Gotta Get Up" (nilsson) que já mostra uma sonoridade totalmente diferente não só de seus antigos discos como de todo o som feito até então de outros artistas. Os metais vem com uma característica toda de Richard Perry que acabou virando marca registrada de quase todos os discos feitos por Harry Nilsson nos anos 70.
"Driving along" (Nilsson) vai seguindo o clima das inovações (repare que logo no inicio da canção tem o som de alguem entrando em um carro, tentando dar a partida e seguindo logo após) e cheio de arranjos vocais bem característicos de Nilsson (são realmente muito bons, mas não os melhores do album...)
"Early in the morning" (Leo Hickman, Louis Jordan, Dallas Bartley) é um dos momentos extremamente mais simples do album (pra você ter idéia, qualquer momento desse disco é totalmente impressionante... vale escutar) com Nilsson se acompanhando sozinho no estúdio com um simples órgão sem nenhuma nota bárbara para os especialistas, eu gosto mesmo dessa faixa pela simplicidade em tudo.
"The moonbean song" é outra que segue o estilo simples, mas começa a inovar no mais belo arranjo vocal, repare nos arranjos do contrabaixo tocado por Herbie Flowers...
"Down" É mais uma com um arranjo de metais bem característicamente pesado, mas o destaque total da canção é a voz de Nilsson, nada leve, estremamente pesado que encaixa como uma luva nessa canção.
"Without you" (Pete Ham, Tom Evans) é uma música que nem precisa falar do tanto que ela é conhecida... A música tinha sido lançada no mesmo ano no album "no dice" da banda Badfinger (contratada da apple, gravadora dos Beatles), mas os arranjos vocais e a sutileza nos instrumentos (piano e a orquestra são o destaque) tornaram essa música praticamente numa música atemporal... toda a rádio que se preza coloca essa versão pra tocar pelo menos uma vez por semana, ou uma vez em duas semanas senão o povo pede mesmo! É também uma música obrigatória em todas as coletâneas de Nilsson até hoje (todas as que vi tem a música presente) e todas as coletâneas de músicas românticas internacionais tem que obrigatoriamente ter a canção no disco... É sim a galinha dos ovos de ouro do album que garantiu um prêmio e 3 indicações no grammy (de 1973??).
"Coconut" (Nilsson) é Nilsson nos vários "Nilsson". Por que falar assim? você praticamente ouve todos os jeitos possíveis e impossíveis de se ouvir a voz dele. É o quase destaque vocal do disco... chega a passar quase despercebida mas ganhou o coração das crianças, vira e mexe você vê alguma criança americana cantando essa música no you tube...
"Let the good times roll" (Shirley Goodman, Leonard Lee) é outro cover do disco, original de 1956, ganhou uma nova forma com essa gravação... sendo mais uma vez como o coro de Nilssons sendo a principal arma e o solo simples de gaita que caiu perfeitamente nos colos da canção.
O destaque total desse disco vem com a próxima canção: "jump into the fire" (Nilsson) Herbie Flowers (baixo), Roger Pope (Bateria) e John Uribe (guitarra) roubam a cena total durante todo o trajeto de seus quase sete minutos de música, é um rock extremamente dançante no qual tudo nela se torna marcante (o solo bate estaca da bateria, o desafinar do contrabaixo que impressionantemente volta a sua afinação precisamente na hora certa da canção e o riff constante da guitarra- gosto mais do riff que termina a canção) e com o potente vocal de Nilsson coroam de vez o album, mas ainda tem mais uma canção.
"I'll Never Leave You" (Nilsson) é uma ótima canção, extremamente calma que diríamos que, se você escutar esse album de noite, essa música vai te levar pra cama hahahahha.
Fecha-se assim este album.
Tá no pique? Então vamos pro segundo album:
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