Oi gente, um bom dia pra vocês!
Tenho uma novidade pra vocês que acompanham este singelo blog.
A partir de agora tenho um programa em VIDEO falando sobre os discos!
Por enquanto não terão os lps que já estão no blog pra gente poder diversificar bastante, não é?
Então vai aí o primeiro programa falando sobre a história do vinil até o formato que hoje conhecemos, e falando também do lp 1554/São Paulo/Hoje do Joelho de Porco!
Não perca!! dá o play!!!
https://www.facebook.com/ideomusical/videos/616936335120951/
O que rola na Vitrola
sexta-feira, 15 de abril de 2016
quarta-feira, 6 de abril de 2016
Gonzaguinha... Parte 2
Olá!
Pô, que bom que gostou do primeiro capítulo e voltou pro capítulo 2.
Esse capítulo pois muito do que começamos a conhecer e que a mídia explora da memória do Gonzaguinha vem dos próximos 3 discos!
Os hits começam aparecer nesses discos, como o amadurecimento tanto das composições como da banda acompanhando. Dá pra ver gosto de todo mundo trabalhando!
Então.. Vamos nessa?
Começaria Tudo Outra Vez (EMI, 1976)
Acha que vai vir um disco romântico? Tem suas pequenas pitadas, mas nas 9 músicas tem de tudo, de menos um tema só. Ficou até difícil eu escolher as canções.
Vou começar um pouco fora de ordem do disco para que a gente consiga algum destaque que pintou de todas as pontas da bolacha:
Chão, pó, poeira que é uma das últimas faixas do disco é um tipo de música mais tribal, também, claro, com clima das primeiras canções de Geraldo Vandre (principalmente se focando no album de 1968 pela Odeon também). Ela entrou também como primeira faixa do lado B (seu pai abria o lado A) da trilha sonora da novela "Saramandaia" de fins de 1975. Também fiquei surpreso pela audácia da novela , mas casou realmente muito bem com a temática do tema central da trama. Foi a primeira canção do Gonzaguinha presente em uma trilha sonora de novela.
Espere Por Mim Morena foi outro destaque do disco pra fora do próprio disco. Virou praticamente uma música obrigatória do cantor em todos os seus shows dali pra o resto de sua vida. O arranjo sensacional da parte da banda Modo Livre (sim, eles estavam neste disco também) fica bem característico. A música também entrou em trilha de novela. Ela está presente na trilha nacional da novela "Locomotivas" de fevereiro de 1977, o que alavancou bastante as vendas do disco dele.
Começaria tudo outra vez é, além do tema do disco, outro big sucesso da bolacha. Segundo o próprio dizia, ele adorava recomeçar a carreira a todo o momento. Se reinventar, recomeçar, criar um novo rumo, esse foi o foco principal de sua carreira durante toda ela. Ao observar bem a letra, parece até uma continuação da canção "Dois pra lá, dois pra cá" de João Bosco e Aldir Blanc, mas não taxaria isso de plágio, eu chamo de uma belíssima continuação.
Erva Rasteira , a possível favorita minha nesse disco. É como ele diz no fim da música: É um maracatú, claro que Chico Science & Nação Zumbi se inspiraram e Muito nesse som, ou gonzaga Jr se inspirou do som da cidade natal deles? É , provavelmente sim. Detalhe interessante é que quase todas as canções do lp tem vinhetas diretas da música Chão, pó, poeira.
É um belo disco que deve sim fazer parte de sua coleção. Aproveita que ele ainda pode ser "bacião" graça aos sucessos presentes nos rodopios desse vinil.
MOLEQUE GONZAGUINHA(1977)
Este lp em questão que fez esse post do blog atrasar mais , pois literalmente é meu disco favorito do Gonzaguinha. Ter que cortar faixas para explicar este disco foi um sacrilégio, mas foi necessário pra você não ter que ler uma bíblia literalmente, hahahaha.
Dia de Santos e Silvas É a faixa que abre o disco com a realidade do morador de periferia indo trabalhar nas capitais da vida , esperando aquela sorte pra mudar tudo e ter um pouco de sorte na vida. É um samba sensacional, como há muito tempo não ouvia. Chegou a sair em contato com "espere por mim morena" aproveitando do sucesso da música na novela locomotivas.
Festa e Solidão é a terceira faixa do disco. Um clima totalmente virado para um estilo típico do Clube da Esquina, e, inclusive, a música agradecimento a "Bituca" (apelido de Milton Nascimento), uma música linda! Você se imagina na melodia andando por velhas ruas de Ouro Preto ou Diamantina.
A título de curiosidade: Eu não sei exatamente que ano foi, mas, por tanto gostar de Minas Gerais, Gonzaguinha morava no bairro da Pampulha em Belo Horizonte. Não se sabe se a casa continua em poder da família dele.
(o) Caminho da Roça é a canção que fecha o lado A do disco. Parece um fim de dança junina com um misto de Marcha para o incentivo de uma nação para sobreviver a dias turbulentos (lembrando que já existia o fim de censura, mas não do terrorismo). Uma música que a única coisa melódica é a voz de gonzaguinha, o resto é tudo percussão tocado por todos os membros do Modo Livre (sim, eles outra vez!)
"Por aí" entra nesta lista pois serviu de inspiração para algumas outras canções de Gonzaguinha, principalmente no próximo disco: "Recado", de 1978
Festa/Moleque É a big (ENORME) faixa que termina o álbum, mas é uma faixa tão boa de junção de Músicos e Música que até parece que passa voando como uma faixa de apenas 30 segundos!
Festa é uma canção feita na época das gravações desse disco, enquanto a continuação (Moleque) que já vinha de uma gravação de festival e a presença no primeiro disco de Gonzaguinha pela EMI se transforma. Sai de uma canção singela e vira uma festa literalmente, recomendo muito a todos que dediquem 8:55 para ouvirem esta canção... ou o disco todo que é fantástico!
RECADO - 1978
Esse disco de Gonzaguinha vem ganhando força a cada ano que vai passando desde seu lançamento. Na época até que passou um pouco despercebido , mas a força da canção título e as participações especiais no disco foram empurrando as vendas tanto do lp como das edições em cd do mesmo.
"Por aí" aparece de novo! Mas dessa vez iniciando o disco mais uma vez como vinheta, mas aparecerá de novo, em breve.
O que foi feito Devera, das raras regravações de outros cantores, essa canção faz parte desse disco, e, mais uma vez flertando com o Clube da Esquina, e , por que não , ter suas principais vozes presentes também na canção? Durante o solo da canção, Milton Nascimento aparece cantando "San Vicente" e "Paula e Bebeto". E Lô borges cantando pelo menos "Nada será como Antes". Uma canção fantástica!
Vai meu Povo É uma música que me despertou interesse desde que ela fazia parte de uma coletânea da EMI de 80 que dizia que Ivan Lins e Gonzaguinha cantavam uma faixa Juntos! Era Possível? Pois bem, quando consegui a cópia deste lp que estou falando aqui... lá estava ela!
E realmente estão todos cantando em uníssono, ficando até um pouco difícil de identificar além de Gonzaguinha e Lucinha Lins no coro, mas no refrão aparece lá a voz de Ivan Lins bem evidente, além do piano dele, claro!
E por falar no Rei Pelé é a faixa que termina o lado A. Uma música perigosa pros grandes, mas pro povo é uma arma apontada para a cara pronta pra partir pra bater o penalti (sim, a música confunde dos dois temas). Ela chegou a sair em compacto tendo em seu outro lado "Comportamento Geral" (afinal, a EMI tava precisando vender mais os primeiros discos hehe).
Recado é sim, um recado bem direto: Não mexa com o cara se você não pode aguentar a barra! Uma música muito bonita, bem construída (esqueci de dizer que tem Modo Livre mais uma vez? hehehehe). A música era muito executada por ele ao vivo, mas ganhou ainda mais sucesso a partir de quando fez parte da trilha da novela "Fina estampa" lá pros idos dos anos 2000
Petúnia Resedá , que música bonita pra se terminar um disco pra cima, mas poderia muito bem abrir o disco, ou abriu? Pois bem.. faz sim! Lembra que eu falei de "por aí"? Pois bem, quem é o fim do refrão da mesma? Tá lá! Simone fez uma belíssima versão da música para o disco "Cigarra" também de 1978 que ficou bastante diferente da mesma, mas tem a sua beleza! Recomendo!
Então , finalmente acabei este post, que demorou um bom tempo pra sair, mas está na mão e espero que gostem, do mesmo jeito que gostei de escrever o mesmo!
Vale alertar: todos os discos e músicas (quando possível) tem links com ou a música, ou dados mais detalhados dos albúms!! Então, até os próximos 3 lps do Gonzaga Junior!!
FUI!
Pô, que bom que gostou do primeiro capítulo e voltou pro capítulo 2.
Esse capítulo pois muito do que começamos a conhecer e que a mídia explora da memória do Gonzaguinha vem dos próximos 3 discos!
Os hits começam aparecer nesses discos, como o amadurecimento tanto das composições como da banda acompanhando. Dá pra ver gosto de todo mundo trabalhando!
Então.. Vamos nessa?
Começaria Tudo Outra Vez (EMI, 1976)
Acha que vai vir um disco romântico? Tem suas pequenas pitadas, mas nas 9 músicas tem de tudo, de menos um tema só. Ficou até difícil eu escolher as canções.
Vou começar um pouco fora de ordem do disco para que a gente consiga algum destaque que pintou de todas as pontas da bolacha:
Chão, pó, poeira que é uma das últimas faixas do disco é um tipo de música mais tribal, também, claro, com clima das primeiras canções de Geraldo Vandre (principalmente se focando no album de 1968 pela Odeon também). Ela entrou também como primeira faixa do lado B (seu pai abria o lado A) da trilha sonora da novela "Saramandaia" de fins de 1975. Também fiquei surpreso pela audácia da novela , mas casou realmente muito bem com a temática do tema central da trama. Foi a primeira canção do Gonzaguinha presente em uma trilha sonora de novela.
Espere Por Mim Morena foi outro destaque do disco pra fora do próprio disco. Virou praticamente uma música obrigatória do cantor em todos os seus shows dali pra o resto de sua vida. O arranjo sensacional da parte da banda Modo Livre (sim, eles estavam neste disco também) fica bem característico. A música também entrou em trilha de novela. Ela está presente na trilha nacional da novela "Locomotivas" de fevereiro de 1977, o que alavancou bastante as vendas do disco dele.
Começaria tudo outra vez é, além do tema do disco, outro big sucesso da bolacha. Segundo o próprio dizia, ele adorava recomeçar a carreira a todo o momento. Se reinventar, recomeçar, criar um novo rumo, esse foi o foco principal de sua carreira durante toda ela. Ao observar bem a letra, parece até uma continuação da canção "Dois pra lá, dois pra cá" de João Bosco e Aldir Blanc, mas não taxaria isso de plágio, eu chamo de uma belíssima continuação.
Erva Rasteira , a possível favorita minha nesse disco. É como ele diz no fim da música: É um maracatú, claro que Chico Science & Nação Zumbi se inspiraram e Muito nesse som, ou gonzaga Jr se inspirou do som da cidade natal deles? É , provavelmente sim. Detalhe interessante é que quase todas as canções do lp tem vinhetas diretas da música Chão, pó, poeira.
É um belo disco que deve sim fazer parte de sua coleção. Aproveita que ele ainda pode ser "bacião" graça aos sucessos presentes nos rodopios desse vinil.
MOLEQUE GONZAGUINHA(1977)
Este lp em questão que fez esse post do blog atrasar mais , pois literalmente é meu disco favorito do Gonzaguinha. Ter que cortar faixas para explicar este disco foi um sacrilégio, mas foi necessário pra você não ter que ler uma bíblia literalmente, hahahaha.
Dia de Santos e Silvas É a faixa que abre o disco com a realidade do morador de periferia indo trabalhar nas capitais da vida , esperando aquela sorte pra mudar tudo e ter um pouco de sorte na vida. É um samba sensacional, como há muito tempo não ouvia. Chegou a sair em contato com "espere por mim morena" aproveitando do sucesso da música na novela locomotivas.
Festa e Solidão é a terceira faixa do disco. Um clima totalmente virado para um estilo típico do Clube da Esquina, e, inclusive, a música agradecimento a "Bituca" (apelido de Milton Nascimento), uma música linda! Você se imagina na melodia andando por velhas ruas de Ouro Preto ou Diamantina.
A título de curiosidade: Eu não sei exatamente que ano foi, mas, por tanto gostar de Minas Gerais, Gonzaguinha morava no bairro da Pampulha em Belo Horizonte. Não se sabe se a casa continua em poder da família dele.
(o) Caminho da Roça é a canção que fecha o lado A do disco. Parece um fim de dança junina com um misto de Marcha para o incentivo de uma nação para sobreviver a dias turbulentos (lembrando que já existia o fim de censura, mas não do terrorismo). Uma música que a única coisa melódica é a voz de gonzaguinha, o resto é tudo percussão tocado por todos os membros do Modo Livre (sim, eles outra vez!)
"Por aí" entra nesta lista pois serviu de inspiração para algumas outras canções de Gonzaguinha, principalmente no próximo disco: "Recado", de 1978
Festa/Moleque É a big (ENORME) faixa que termina o álbum, mas é uma faixa tão boa de junção de Músicos e Música que até parece que passa voando como uma faixa de apenas 30 segundos!
Festa é uma canção feita na época das gravações desse disco, enquanto a continuação (Moleque) que já vinha de uma gravação de festival e a presença no primeiro disco de Gonzaguinha pela EMI se transforma. Sai de uma canção singela e vira uma festa literalmente, recomendo muito a todos que dediquem 8:55 para ouvirem esta canção... ou o disco todo que é fantástico!
RECADO - 1978
Esse disco de Gonzaguinha vem ganhando força a cada ano que vai passando desde seu lançamento. Na época até que passou um pouco despercebido , mas a força da canção título e as participações especiais no disco foram empurrando as vendas tanto do lp como das edições em cd do mesmo.
"Por aí" aparece de novo! Mas dessa vez iniciando o disco mais uma vez como vinheta, mas aparecerá de novo, em breve.
O que foi feito Devera, das raras regravações de outros cantores, essa canção faz parte desse disco, e, mais uma vez flertando com o Clube da Esquina, e , por que não , ter suas principais vozes presentes também na canção? Durante o solo da canção, Milton Nascimento aparece cantando "San Vicente" e "Paula e Bebeto". E Lô borges cantando pelo menos "Nada será como Antes". Uma canção fantástica!
Vai meu Povo É uma música que me despertou interesse desde que ela fazia parte de uma coletânea da EMI de 80 que dizia que Ivan Lins e Gonzaguinha cantavam uma faixa Juntos! Era Possível? Pois bem, quando consegui a cópia deste lp que estou falando aqui... lá estava ela!
E realmente estão todos cantando em uníssono, ficando até um pouco difícil de identificar além de Gonzaguinha e Lucinha Lins no coro, mas no refrão aparece lá a voz de Ivan Lins bem evidente, além do piano dele, claro!
E por falar no Rei Pelé é a faixa que termina o lado A. Uma música perigosa pros grandes, mas pro povo é uma arma apontada para a cara pronta pra partir pra bater o penalti (sim, a música confunde dos dois temas). Ela chegou a sair em compacto tendo em seu outro lado "Comportamento Geral" (afinal, a EMI tava precisando vender mais os primeiros discos hehe).
Recado é sim, um recado bem direto: Não mexa com o cara se você não pode aguentar a barra! Uma música muito bonita, bem construída (esqueci de dizer que tem Modo Livre mais uma vez? hehehehe). A música era muito executada por ele ao vivo, mas ganhou ainda mais sucesso a partir de quando fez parte da trilha da novela "Fina estampa" lá pros idos dos anos 2000
Petúnia Resedá , que música bonita pra se terminar um disco pra cima, mas poderia muito bem abrir o disco, ou abriu? Pois bem.. faz sim! Lembra que eu falei de "por aí"? Pois bem, quem é o fim do refrão da mesma? Tá lá! Simone fez uma belíssima versão da música para o disco "Cigarra" também de 1978 que ficou bastante diferente da mesma, mas tem a sua beleza! Recomendo!
Então , finalmente acabei este post, que demorou um bom tempo pra sair, mas está na mão e espero que gostem, do mesmo jeito que gostei de escrever o mesmo!
Vale alertar: todos os discos e músicas (quando possível) tem links com ou a música, ou dados mais detalhados dos albúms!! Então, até os próximos 3 lps do Gonzaga Junior!!
FUI!
sábado, 28 de novembro de 2015
Luiz Gonzaga Jr... Ou Gonzaguinha
Oi Pessoa, tudo bem?
Eu sei, ando muito sumido pois esse ano foi brabo de compromissos para mim (ainda bem).
Estava eu pensando no que escrever para cá pra tirar esse hiato de..o que.. um ano e pouco né? E então resolvi com a seguinte dúvida: O que é que se realmente conhece da discografia do Gonzaguinha,ou, qual disco se deve falar e se ignorar todos os outros?
A resposta para isso foi: Isso é uma pura covardia!
Muita gente já tá bem consciente de que "o que é o que é" é aquela música de fim de roda de samba quando o músico quer chamar a atenção dos mais velhos que estão no recinto. E se acha que o autor ficaria envergonhado? Estás completamente enganado! Era Justamente o que ele queria para essa música! Nas palavras do próprio: ele queria que uma música dele fosse facilmente assobiada pela rua e que ele escutasse ao longe quase sempre que saísse a rua. E não deu outra!
Mas, e o resto das canções?
Por isso hoje eu vou fazer para você uma seleção do que eu gosto de ouvir na dona vitrola (que provoca uma briga danada pra saber qual disco ouve do rapaz, e se vira pancadaria eu desligo ela e todo mundo volta pro armário) e dentro do meu carro quando saio para compromissos.
Então vamos nessa:
Como já diz meu amigo Manoel Filho: "Disco Ruim do Gonzaguinha é ótimo, o resto é du caraleo". E ele tem sim toda a razão pra falar isso! É difícil você falar que vai deixar de escutar um disco pra escutar outro dele, é injustiça mesmo! Todos os discos se encaixam perfeitamente!
Observe:
Luiz Gonzaga Jr (Odeon, 1973)
O primeiro bolachão do cara (que teve algum período antes gravando para a philips com discos de festivais e compactos espalhados) que de cara tem a sortuda "comportamento geral" que, em tempos de chumbo grosso, com essa canção conseguiu sair?
Falando sobre o cotidiano ao estilo "tô passando por alí e olha o que me aconteceu", Surge a sensacional "pagina 13", uma das primeiras a falar nesse estilo de narrativa que é uma bela marca em sua carreira.
Sobre esse passado recente dos compactos e festivais pela philips surge nesse disco a segunda (mas não derradeira) de "moleque" que começa a citar um pouco da própria história do autor, uma doce canção que admiro muito
A primeira canção Frenética (rs) surge já neste disco: Seria um rock? Um pop? Uma continuação ou homenagem a Back in bahia do Gil do expresso 2222 ou uma lembrança dos tempos de colar o ouvido na rádio para ouvir a Nacional? Não se sabe qual seria, Mas "A felicidade Bate a sua porta" tem sua piadinha interna no público que vive no fundo da canção é uma verdade, escute após a segunda estrofe cantada o que o público grita hehehe
Luiz Gonzaga Jr (Odeon, 1974)
O disco do espantalho é talvez o disco mais difícil de pintar por aí (principalmente inteiro) pois ele não teve chance alguma de divulgação do próprio artista pois quando ele mesmo saiu para divulga-lo, teve uma tuberculose que lhe fez ficar quieto em casa (a contragosto do mesmo). Mas teve seus momentos de glória:
Mantendo o clima pesado e obscuro até na mesma pegada do disco anterior surge a canção "Uma família qualquer", que fala realmente de uma família (no caso me soa como uma família carioca pelo que parece da música desenrolando a pista do carnaval), na verdade qualquer música do cara fala de tudo mesmo sem falar explicitamente
E o que seria "meu coração é um pandeiro" (no caso aqui eu tive que optar pela versão da cantora Marlene pois não existe a versão do gonzaguinha disponível) que foi supostamente a faixa de trabalho desse disco (no meu lp promocional vem um baita de um carimbo apontando para a faixa).
Uma faixa ufanista? Justamente num período brabo do país? Creio que não, tá mais pro povo, não pra o governo em questão.
Aí vem uma das faixas que fica mais gasta no lp, que mais repete no YT e no meu carro quando aparece: "Pois é seu Zé". Se já começa a falar do outro lado do estrelato, o lado do executor, do músico, sofrido e sofrendo, mas tem que estar lá enquanto houver público pois tem que defender o seu faz-me-rir. Então coloca um sorriso nos lábios e manda ver.
A música que talvez seja a mais citada de todas em sua coleção é a música "Galope". Tá aí uma coisa que é admirável: Um artista que não tem nenhum problema em citar velhas canções em meio a novas criações. Passei a admirar essa canção justamente por isso!
Plano de Vôo (Odeon, 1975)
O talvez mais cobiçado disco pelos colecionadores (pelo menos todos os meus amigos vivem correndo atrás de uma cópia desse disco).
Como um trato entre Compadres (literalmente), quem bota as garras na obra de Gonzaga Jr como banda de apoio é a banda de Ivan Lins desde o album do mesmo em 1974 que virou o nome da banda... Modo Livre! (Ricardo Pontes-flauta, João Cortez -bateria e Gilson Peranzzetta -piano) disco e aí começou uma parceria que foi até idos de 1980 até gonzaguinha formar de vez a própria banda de base.
O disco abre justamente com o Modo Livre dando um alô com a instrumental "O começo da festa", uma faixa que assusta o desavisado que vai esperando o clima dos dois primeiros lps.
É difícil demais falar de tantas faixas boas reunidas nesse disco. Ao estilo "tá certo, doutor" que tem Roberto Nascimento e Miltinho (sim, ele mesmo), e seria ele falando de seu período tuberculoso?
"Suor e Serragem" vem como a segunda faixa que filho cita o pai por enquanto distante (Luiz Gonzaga), mas ao invés de ser algo recentido? Nada, tá é chamando o povo pra dança, no forró ao estilo Gonzaga Jr
Enquanto a banda brilha instrumentalmente o disco todo, quando você não pode esperar algo diferente, vem a faixa mais foda desse disco.. 5 Gonzaguinhas pra percussão, voz, backing vocal e malandragem na faixa "Geraldinos e Arquibaldos". O time de futsal do cara tá formado, cuidado que agora é morro acima "no campo do adversário é bom jogar com muita calma procurando pela brecha pra poder ganhar", pois bem... ele entrou!
Enquanto você caça os discos pra ouvir inteiros, eu vou ali tomar um cafezinho e já volto pra mais 3 discos ok?
Eu sei, ando muito sumido pois esse ano foi brabo de compromissos para mim (ainda bem).
Estava eu pensando no que escrever para cá pra tirar esse hiato de..o que.. um ano e pouco né? E então resolvi com a seguinte dúvida: O que é que se realmente conhece da discografia do Gonzaguinha,ou, qual disco se deve falar e se ignorar todos os outros?
A resposta para isso foi: Isso é uma pura covardia!
Muita gente já tá bem consciente de que "o que é o que é" é aquela música de fim de roda de samba quando o músico quer chamar a atenção dos mais velhos que estão no recinto. E se acha que o autor ficaria envergonhado? Estás completamente enganado! Era Justamente o que ele queria para essa música! Nas palavras do próprio: ele queria que uma música dele fosse facilmente assobiada pela rua e que ele escutasse ao longe quase sempre que saísse a rua. E não deu outra!
Mas, e o resto das canções?
Por isso hoje eu vou fazer para você uma seleção do que eu gosto de ouvir na dona vitrola (que provoca uma briga danada pra saber qual disco ouve do rapaz, e se vira pancadaria eu desligo ela e todo mundo volta pro armário) e dentro do meu carro quando saio para compromissos.
Então vamos nessa:
Como já diz meu amigo Manoel Filho: "Disco Ruim do Gonzaguinha é ótimo, o resto é du caraleo". E ele tem sim toda a razão pra falar isso! É difícil você falar que vai deixar de escutar um disco pra escutar outro dele, é injustiça mesmo! Todos os discos se encaixam perfeitamente!
Observe:
Luiz Gonzaga Jr (Odeon, 1973)
O primeiro bolachão do cara (que teve algum período antes gravando para a philips com discos de festivais e compactos espalhados) que de cara tem a sortuda "comportamento geral" que, em tempos de chumbo grosso, com essa canção conseguiu sair?
Falando sobre o cotidiano ao estilo "tô passando por alí e olha o que me aconteceu", Surge a sensacional "pagina 13", uma das primeiras a falar nesse estilo de narrativa que é uma bela marca em sua carreira.
Sobre esse passado recente dos compactos e festivais pela philips surge nesse disco a segunda (mas não derradeira) de "moleque" que começa a citar um pouco da própria história do autor, uma doce canção que admiro muito
A primeira canção Frenética (rs) surge já neste disco: Seria um rock? Um pop? Uma continuação ou homenagem a Back in bahia do Gil do expresso 2222 ou uma lembrança dos tempos de colar o ouvido na rádio para ouvir a Nacional? Não se sabe qual seria, Mas "A felicidade Bate a sua porta" tem sua piadinha interna no público que vive no fundo da canção é uma verdade, escute após a segunda estrofe cantada o que o público grita hehehe
Luiz Gonzaga Jr (Odeon, 1974)
O disco do espantalho é talvez o disco mais difícil de pintar por aí (principalmente inteiro) pois ele não teve chance alguma de divulgação do próprio artista pois quando ele mesmo saiu para divulga-lo, teve uma tuberculose que lhe fez ficar quieto em casa (a contragosto do mesmo). Mas teve seus momentos de glória:
Mantendo o clima pesado e obscuro até na mesma pegada do disco anterior surge a canção "Uma família qualquer", que fala realmente de uma família (no caso me soa como uma família carioca pelo que parece da música desenrolando a pista do carnaval), na verdade qualquer música do cara fala de tudo mesmo sem falar explicitamente
E o que seria "meu coração é um pandeiro" (no caso aqui eu tive que optar pela versão da cantora Marlene pois não existe a versão do gonzaguinha disponível) que foi supostamente a faixa de trabalho desse disco (no meu lp promocional vem um baita de um carimbo apontando para a faixa).
Uma faixa ufanista? Justamente num período brabo do país? Creio que não, tá mais pro povo, não pra o governo em questão.
Aí vem uma das faixas que fica mais gasta no lp, que mais repete no YT e no meu carro quando aparece: "Pois é seu Zé". Se já começa a falar do outro lado do estrelato, o lado do executor, do músico, sofrido e sofrendo, mas tem que estar lá enquanto houver público pois tem que defender o seu faz-me-rir. Então coloca um sorriso nos lábios e manda ver.
A música que talvez seja a mais citada de todas em sua coleção é a música "Galope". Tá aí uma coisa que é admirável: Um artista que não tem nenhum problema em citar velhas canções em meio a novas criações. Passei a admirar essa canção justamente por isso!
Plano de Vôo (Odeon, 1975)
O talvez mais cobiçado disco pelos colecionadores (pelo menos todos os meus amigos vivem correndo atrás de uma cópia desse disco).
Como um trato entre Compadres (literalmente), quem bota as garras na obra de Gonzaga Jr como banda de apoio é a banda de Ivan Lins desde o album do mesmo em 1974 que virou o nome da banda... Modo Livre! (Ricardo Pontes-flauta, João Cortez -bateria e Gilson Peranzzetta -piano) disco e aí começou uma parceria que foi até idos de 1980 até gonzaguinha formar de vez a própria banda de base.
O disco abre justamente com o Modo Livre dando um alô com a instrumental "O começo da festa", uma faixa que assusta o desavisado que vai esperando o clima dos dois primeiros lps.
É difícil demais falar de tantas faixas boas reunidas nesse disco. Ao estilo "tá certo, doutor" que tem Roberto Nascimento e Miltinho (sim, ele mesmo), e seria ele falando de seu período tuberculoso?
"Suor e Serragem" vem como a segunda faixa que filho cita o pai por enquanto distante (Luiz Gonzaga), mas ao invés de ser algo recentido? Nada, tá é chamando o povo pra dança, no forró ao estilo Gonzaga Jr
Enquanto a banda brilha instrumentalmente o disco todo, quando você não pode esperar algo diferente, vem a faixa mais foda desse disco.. 5 Gonzaguinhas pra percussão, voz, backing vocal e malandragem na faixa "Geraldinos e Arquibaldos". O time de futsal do cara tá formado, cuidado que agora é morro acima "no campo do adversário é bom jogar com muita calma procurando pela brecha pra poder ganhar", pois bem... ele entrou!
Enquanto você caça os discos pra ouvir inteiros, eu vou ali tomar um cafezinho e já volto pra mais 3 discos ok?
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
LP BRAZUCA! SAMBA ROCK & BRAZILIAN GROOVE 1966-1978 (COLETÂNEA-2013)
Como vocês sabem (e muito bem) só falo dos discos que eu
tenho. E esse foi uma das surpresas
desse ano que achei em uma loja/museu do disco em Belo Horizonte.
Já tinha ouvido falar de coletâneas baseadas em antigos lps de soul que geralmente custam o olho da cara, mas quando alguém tem a manha de conseguir reunir muita coisa boa de material eu fui obrigado a tirar o chapéu!
O disco já me chamou a atenção logo pela capa (que o Edu Pampani foi me apresentando logo falando "você já viu isso?" )
É uma prensagem lá de fora (Kindred Spirits Holland) mas é feita por um brasileiro (Dj Paulao) o qual foi muito simpático ao me adicionar no facebook e já me avisando que já vem um volume 2 do bolachão.
Quando fui ver o tracklist eu pirei e recomendo a vocês observarem quem está lá e o que é compõe o lp:
Quem Vem Lá (Antônio Carlos/Jocafi) Marisa Rossi -1971
Não é lá muito fácil se achar informações sobre a Cantora/atriz, mas dizem as pesquisas (inclusive do próprio encarte do lp Brazuca-todo em inglês) de que ela levou mais a cabo a carreira de atriz do que a de cantora(e inclusive chegou a ganhar prêmios, inclusive no programa de Flávio Cavalcante - a grande chance), mas registrou em compacto com um registro todo africano com um bocado de balanço que veio de um compacto da gravadora Copacabana, lançado no mesmo ano que a dupla de compositores lançou sua versão no lp "mudei de ideia"
Turma do Pole (?) Arnaud Rodrigues & Unidade C - 1970
Eu tentei pesquisar quem afinal tinha sido o compositor dessa música, mas se tratando de um disco que o povo mete a mão no preço e dá informação de menos, eu acredito que ela seja de autoria do próprio Arnaud mesmo. Essa pérola veio do primeiro disco (solo) do mesmo lançado também pela Copacabana. É um soul pesado, contagiante, se eu fosse dj com certeza essa faixa estaria em todas as apresentações que eu fizesse.
(Pra quem ainda não sabe, Arnaud Rodrigues era o parceiro de Chico Anisio ao longo de 1965 até 1976 pelo menos na primeira fase, voltando a trabalhar juntos lá pelos idos de 1982 - Obrigado pela lembrança Greg Cas-. E se apresentava com ele não só no programa como em apresentações ao vivo com o divertidíssimo e perigoso -para a época- Baiano e os novos caetanos).
Saltei de Banda (Luis Carlos Sá/Zé Rodrix) - Elza Soares - 1972
Poderia ter perfeitamente ser o prenunciar da fase 1976/1980 de Zé Rodrix pelo swing latino, mas foi feita em plena época de explosão (ou quase) do trio Sá, Rodrix & Guarabyra (explico o porque do quase: A música nunca foi gravada pelo trio, nem por nenhum deles solo, mas o número de catálogo da odeon dá indício de que os lançamentos dos lps para a explosão do trio tinha -ou estava- pra acontecer em breve, pois o lp do trio é MOFB 3710, e de Elza Soares é MOFB 3711, o que pode ocasionar no lançamento quase simultâneo dos dois long play). A letra é um indício de alguem que já viveu muitas coisas, nessa hora poderia perfeitamente ser os dois compositores, mas com a frase "eu já morei na tal da feira moderna" me inclina a pensar que a mesma letra pode mesmo ser do Rodrix (o mesmo fez parte menos de um ano antes do super grupo "Som Imaginario" tendo o próprio cantando a música "feira moderna"), talvez por isso o trio optou por não lançar a faixa pois poderia parecer sacanagem com a ex banda do "velho cigano" (Rodrix).
A faixa da Elza é fantástica, metais pesados floreando a faixa por completo além de casarem bem com a voz dela. É a segunda faixa do disco "Elza pede passagem".
16 Toneladas (versão nacional de Sixteen Tons - de Merle Travis, tradução de Roberto Neves) - Noriel Vilela - 1971
De algum modo você já ouviu essa música, mesmo que seja inconscientemente (principalmente a frase "esse é o famoso 16 tonelaaaaadas"). É um samba pesado, extremamente bom de se ouvir. Hoje é obrigatório nas rodas de soul (e parece que na época também, pois pelo que pesquisei , o compacto de onde ela veio é um relativo sucesso -talvez o único - na carreira do cantor). Hoje o cantor é cultuado com relançamento do seu único long play (de 1968) que vem com essa faixa de bonus. É um compacto da Copacabana.
Sou Negro (Getúlio Cortes/Ed Wilson) - Toni Tornado - 1970
Não sei exatamente se essa música saiu antes da explosão do Cantor no V Festival Internacional da Canção do mesmo ano, mas de fato o lugar de onde saiu essa música (um compacto duplo da Odeon da mesma época) é uma daquelas moscas brancas que a gente sabe que existiu, mas ver de frente nunca foi fácil, apesar do material lá ser fantástico. O detalhe que me chama a atenção é que essa faixa nessa coletânea que estou falando vem no fim dela com os chiados do compacto original, o que eu adorei. É outro daqueles balanços blacks tão pesado e ao mesmo tempo não tão rápido. A curiosidade é que os dois compositores são originários da época da Jovem Guarda (inclusive Getúlio é, irmão de outra lenda do cenário soul brasileiro: Gerson King Combo).
Segura na Cintura Dela (O Gavião) (Paulo Debétio/ Jovenil Santos) - Golden Boys - 1975
Uma daquelas surpresas agradáveis que surgem nessa coletânea que eu , particularmente, não conhecia. Deles nesse lado mais soul eu conheço a faixa "copo de leite"(composição de Sá &Guarabyra) do lp de 1973. Nessa época o quarteto era somente um trio, mas mesmo assim com um balanço muito forte, essa musica devia ser obrigatória na época nos bailes funks (inclusive acho que , por isso, seja bem dificil achar uma cópia em ótimo estado do lp). Fecha perfeitamente o lado A da bolacha (com os metais fazendo uma leve referência a "quer queira ou não queira" do Tim Maia Racional Vol 2, procure e compare). É um lançamento original da Odeon.
Mister Brown (Bebeto/Zinho/Ávila) - Bebeto - 1972
O que seria Mister Brown? Seria o "godfather of soul" James Brown? Seriam outras referências do tipo Maconha? ("Maria Joana levou..."). O importante mesmo é o balanço maravilhoso pelo jeito "malandrão" de cantar e tocar de Bebeto (que pra mim tem nada haver com Jorge Ben-jor). Faixa originária de um compacto da copacabana (o primeiro lp dele só sairia em 1975!).
Pernalonga (Di Melo) - Di Melo - 1975
Esse cara mereceu mesmo todo o reconhecimento que tem hoje. Essa faixa vem do fantástico lp de 1975 pela Odeon que é quase que impossível de se achar, mas aqui figura esse balanço simples e complexo ao mesmo tempo. Ainda bem que ele está vivo pra ter as glórias que ele merece, mesmo que tardia.
Quem Mandou (pé na estrada) (Jorge Ben) - Vera Lúcia - 1973
Quem é essa Vera Lúcia? Aparece tanta coisa pra pesquisar sobre o nome, mas de fato a única coisa que achei de registros dela é o compacto de onde origina-se essa canção da RCA de 1973. O legal é que ela foi lançada no mesmo ano da versão do Wilson Simonal (no LP olhaí balandro...), mas essa versão tem versos a mais! Jorge Ben gravou sua própria versão um pouquinho mais tarde em uma versão ao vivo (em estúdio) com Gilberto Gil no extraordinário "Ogun Xangô" ou Gil & Jorge, de 1975.
Beco Sem Saída (Silvio Cesar) - Silvio Cesar - 1971
Essa faixa foi segundo susto que tomei com esse Cantor/Autor. Já sabia de algumas interpretações maravilhosas (eu quero que você morra,1970), que já tinha escrito pro Roberto Carlos (Moço velho, 1973), mas o primeiro susto que me veio foi com uma faixa que não está nesse disco (Meu testamento, 1972, com arranjos de Dom Salvador!!) que custei a arrumar um compacto, mas felizmente já está aqui em casa, dentro do cofre heheheh.
Eu não conhecia essa faixa até então, foi só a partir dessa coletânea que ela caiu nas minhas mãos e se tornou uma da minhas favoritas na bolacha. O balanço gostoso intercalado pelos backing vocals do pessoal do Golden Boys e Trio Esperança (que estavam em quase todas as gravações não só da odeon - de onde vem o lp e a faixa - como em outras gravadoras também - mas sem créditos, claro). Procurem mais esse cara, pois ele tem ótimas músicas!
Esperar Pra Ver (Renato Corrêa/ Guarabyra) - Evinha - 1971
Olha aí uma das mais lindas vozes do Brasil (que inclusive está lá na última faixa que comentei). Nesse lançamento solo (seu terceiro lp - Cartão Postal) de onde vem outras lindas versões como "que bandeira" (Marcos Valle/Paulo Sérgio Valle). Mas essa particularmente nunca tinha ouvido falar, mas fiquei feliz com o arranjo Black, uma simpática faixa do bolachão. Lançado pela Odeon.
Eu acho que a Evinha merecia um box com seus lançamentos ou o relançamento de seus lps. Tem coisas maravilhosas!
Tatarué (Giovana) - Giovana - 1975
A faixa é toda aquela mistura perfeita brasileira (sinceramente a que mais gosto) quando tudo se mescla (samba/soul/afro) e se casa bem (atenção que Rock e afro também se casam, escutem mais Ronnie Von!). É tudo tratado com o maior respeito e a qualidade sonora final é algo de se arrepiar! Essa faixa vem do primeiro Lp da cantora (Quem tem Carinho me Leva) pela RCA em 1975. Vale falar, em tempo, que TODAS as músicas desse lp são de autoria da Cantora!
O disco "Brazuca" já está sendo considerado como um sucesso de vendas dessa nova fase de lps no Brasil, já tendo superado o número de vendas do lp "a tábua da esmeralda" de Jorge Ben que foi relançado há 2-3 anos atrás. Ainda se encontram cópias do disco a venda por aí com um preço bem legal para um lançamento (60-70 reais). Eu recomendo procurar o disco, pra quem não quer gastar entre 150-600 reais por cada disco de cada artista presente nessa coletânea!
Abraço e até mais!
Já tinha ouvido falar de coletâneas baseadas em antigos lps de soul que geralmente custam o olho da cara, mas quando alguém tem a manha de conseguir reunir muita coisa boa de material eu fui obrigado a tirar o chapéu!
O disco já me chamou a atenção logo pela capa (que o Edu Pampani foi me apresentando logo falando "você já viu isso?" )
É uma prensagem lá de fora (Kindred Spirits Holland) mas é feita por um brasileiro (Dj Paulao) o qual foi muito simpático ao me adicionar no facebook e já me avisando que já vem um volume 2 do bolachão.
Quando fui ver o tracklist eu pirei e recomendo a vocês observarem quem está lá e o que é compõe o lp:
Quem Vem Lá (Antônio Carlos/Jocafi) Marisa Rossi -1971
Não é lá muito fácil se achar informações sobre a Cantora/atriz, mas dizem as pesquisas (inclusive do próprio encarte do lp Brazuca-todo em inglês) de que ela levou mais a cabo a carreira de atriz do que a de cantora(e inclusive chegou a ganhar prêmios, inclusive no programa de Flávio Cavalcante - a grande chance), mas registrou em compacto com um registro todo africano com um bocado de balanço que veio de um compacto da gravadora Copacabana, lançado no mesmo ano que a dupla de compositores lançou sua versão no lp "mudei de ideia"
Turma do Pole (?) Arnaud Rodrigues & Unidade C - 1970
Eu tentei pesquisar quem afinal tinha sido o compositor dessa música, mas se tratando de um disco que o povo mete a mão no preço e dá informação de menos, eu acredito que ela seja de autoria do próprio Arnaud mesmo. Essa pérola veio do primeiro disco (solo) do mesmo lançado também pela Copacabana. É um soul pesado, contagiante, se eu fosse dj com certeza essa faixa estaria em todas as apresentações que eu fizesse.
(Pra quem ainda não sabe, Arnaud Rodrigues era o parceiro de Chico Anisio ao longo de 1965 até 1976 pelo menos na primeira fase, voltando a trabalhar juntos lá pelos idos de 1982 - Obrigado pela lembrança Greg Cas-. E se apresentava com ele não só no programa como em apresentações ao vivo com o divertidíssimo e perigoso -para a época- Baiano e os novos caetanos).
Saltei de Banda (Luis Carlos Sá/Zé Rodrix) - Elza Soares - 1972
Poderia ter perfeitamente ser o prenunciar da fase 1976/1980 de Zé Rodrix pelo swing latino, mas foi feita em plena época de explosão (ou quase) do trio Sá, Rodrix & Guarabyra (explico o porque do quase: A música nunca foi gravada pelo trio, nem por nenhum deles solo, mas o número de catálogo da odeon dá indício de que os lançamentos dos lps para a explosão do trio tinha -ou estava- pra acontecer em breve, pois o lp do trio é MOFB 3710, e de Elza Soares é MOFB 3711, o que pode ocasionar no lançamento quase simultâneo dos dois long play). A letra é um indício de alguem que já viveu muitas coisas, nessa hora poderia perfeitamente ser os dois compositores, mas com a frase "eu já morei na tal da feira moderna" me inclina a pensar que a mesma letra pode mesmo ser do Rodrix (o mesmo fez parte menos de um ano antes do super grupo "Som Imaginario" tendo o próprio cantando a música "feira moderna"), talvez por isso o trio optou por não lançar a faixa pois poderia parecer sacanagem com a ex banda do "velho cigano" (Rodrix).
A faixa da Elza é fantástica, metais pesados floreando a faixa por completo além de casarem bem com a voz dela. É a segunda faixa do disco "Elza pede passagem".
16 Toneladas (versão nacional de Sixteen Tons - de Merle Travis, tradução de Roberto Neves) - Noriel Vilela - 1971
De algum modo você já ouviu essa música, mesmo que seja inconscientemente (principalmente a frase "esse é o famoso 16 tonelaaaaadas"). É um samba pesado, extremamente bom de se ouvir. Hoje é obrigatório nas rodas de soul (e parece que na época também, pois pelo que pesquisei , o compacto de onde ela veio é um relativo sucesso -talvez o único - na carreira do cantor). Hoje o cantor é cultuado com relançamento do seu único long play (de 1968) que vem com essa faixa de bonus. É um compacto da Copacabana.
Sou Negro (Getúlio Cortes/Ed Wilson) - Toni Tornado - 1970
Não sei exatamente se essa música saiu antes da explosão do Cantor no V Festival Internacional da Canção do mesmo ano, mas de fato o lugar de onde saiu essa música (um compacto duplo da Odeon da mesma época) é uma daquelas moscas brancas que a gente sabe que existiu, mas ver de frente nunca foi fácil, apesar do material lá ser fantástico. O detalhe que me chama a atenção é que essa faixa nessa coletânea que estou falando vem no fim dela com os chiados do compacto original, o que eu adorei. É outro daqueles balanços blacks tão pesado e ao mesmo tempo não tão rápido. A curiosidade é que os dois compositores são originários da época da Jovem Guarda (inclusive Getúlio é, irmão de outra lenda do cenário soul brasileiro: Gerson King Combo).
Segura na Cintura Dela (O Gavião) (Paulo Debétio/ Jovenil Santos) - Golden Boys - 1975
Uma daquelas surpresas agradáveis que surgem nessa coletânea que eu , particularmente, não conhecia. Deles nesse lado mais soul eu conheço a faixa "copo de leite"(composição de Sá &Guarabyra) do lp de 1973. Nessa época o quarteto era somente um trio, mas mesmo assim com um balanço muito forte, essa musica devia ser obrigatória na época nos bailes funks (inclusive acho que , por isso, seja bem dificil achar uma cópia em ótimo estado do lp). Fecha perfeitamente o lado A da bolacha (com os metais fazendo uma leve referência a "quer queira ou não queira" do Tim Maia Racional Vol 2, procure e compare). É um lançamento original da Odeon.
Mister Brown (Bebeto/Zinho/Ávila) - Bebeto - 1972
O que seria Mister Brown? Seria o "godfather of soul" James Brown? Seriam outras referências do tipo Maconha? ("Maria Joana levou..."). O importante mesmo é o balanço maravilhoso pelo jeito "malandrão" de cantar e tocar de Bebeto (que pra mim tem nada haver com Jorge Ben-jor). Faixa originária de um compacto da copacabana (o primeiro lp dele só sairia em 1975!).
Pernalonga (Di Melo) - Di Melo - 1975
Esse cara mereceu mesmo todo o reconhecimento que tem hoje. Essa faixa vem do fantástico lp de 1975 pela Odeon que é quase que impossível de se achar, mas aqui figura esse balanço simples e complexo ao mesmo tempo. Ainda bem que ele está vivo pra ter as glórias que ele merece, mesmo que tardia.
Quem Mandou (pé na estrada) (Jorge Ben) - Vera Lúcia - 1973
Quem é essa Vera Lúcia? Aparece tanta coisa pra pesquisar sobre o nome, mas de fato a única coisa que achei de registros dela é o compacto de onde origina-se essa canção da RCA de 1973. O legal é que ela foi lançada no mesmo ano da versão do Wilson Simonal (no LP olhaí balandro...), mas essa versão tem versos a mais! Jorge Ben gravou sua própria versão um pouquinho mais tarde em uma versão ao vivo (em estúdio) com Gilberto Gil no extraordinário "Ogun Xangô" ou Gil & Jorge, de 1975.
Beco Sem Saída (Silvio Cesar) - Silvio Cesar - 1971
Essa faixa foi segundo susto que tomei com esse Cantor/Autor. Já sabia de algumas interpretações maravilhosas (eu quero que você morra,1970), que já tinha escrito pro Roberto Carlos (Moço velho, 1973), mas o primeiro susto que me veio foi com uma faixa que não está nesse disco (Meu testamento, 1972, com arranjos de Dom Salvador!!) que custei a arrumar um compacto, mas felizmente já está aqui em casa, dentro do cofre heheheh.
Eu não conhecia essa faixa até então, foi só a partir dessa coletânea que ela caiu nas minhas mãos e se tornou uma da minhas favoritas na bolacha. O balanço gostoso intercalado pelos backing vocals do pessoal do Golden Boys e Trio Esperança (que estavam em quase todas as gravações não só da odeon - de onde vem o lp e a faixa - como em outras gravadoras também - mas sem créditos, claro). Procurem mais esse cara, pois ele tem ótimas músicas!
Esperar Pra Ver (Renato Corrêa/ Guarabyra) - Evinha - 1971
Olha aí uma das mais lindas vozes do Brasil (que inclusive está lá na última faixa que comentei). Nesse lançamento solo (seu terceiro lp - Cartão Postal) de onde vem outras lindas versões como "que bandeira" (Marcos Valle/Paulo Sérgio Valle). Mas essa particularmente nunca tinha ouvido falar, mas fiquei feliz com o arranjo Black, uma simpática faixa do bolachão. Lançado pela Odeon.
Eu acho que a Evinha merecia um box com seus lançamentos ou o relançamento de seus lps. Tem coisas maravilhosas!
Tatarué (Giovana) - Giovana - 1975
A faixa é toda aquela mistura perfeita brasileira (sinceramente a que mais gosto) quando tudo se mescla (samba/soul/afro) e se casa bem (atenção que Rock e afro também se casam, escutem mais Ronnie Von!). É tudo tratado com o maior respeito e a qualidade sonora final é algo de se arrepiar! Essa faixa vem do primeiro Lp da cantora (Quem tem Carinho me Leva) pela RCA em 1975. Vale falar, em tempo, que TODAS as músicas desse lp são de autoria da Cantora!
O disco "Brazuca" já está sendo considerado como um sucesso de vendas dessa nova fase de lps no Brasil, já tendo superado o número de vendas do lp "a tábua da esmeralda" de Jorge Ben que foi relançado há 2-3 anos atrás. Ainda se encontram cópias do disco a venda por aí com um preço bem legal para um lançamento (60-70 reais). Eu recomendo procurar o disco, pra quem não quer gastar entre 150-600 reais por cada disco de cada artista presente nessa coletânea!
Abraço e até mais!
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Talentos Brasileiros Volume Sete: A música de Milton Nascimento (CID - 1978)
Estou de Volta gente!!
Pra quem olha a princípio o lp pensa duas coisas pra não
ouvir:
Primeiro: Não é o Bituca, é cover (aí corre)
Segundo: É disco da CID (aí lembra logo dos baciões da vida e... corre mais uma vez)
Mas neste caso eu convido vocês a conhecerem mais a fundo esse disco e sumirmos com ele desses baciões. Pois ele merece estar nas estantes de todo mundo que adora um som bem tocado.
Esse texto foi escrito por mim e por Evilasio Neto
Lançado em 1978, esse disco conta com a produção de Aramis de Barros (Banda Canibais e na época empregado fixo como produtor da cid - inclusive dos discos iniciais de Bezerra da Silva e depois de vários discos da Som Livre dos anos 80 até hoje esporadicamente) e arranjos de Jaime Alem (Nome esse que vocês devem lembrar do disco Jaime & Nair - lançado em 1974 pela cid... muito procurado por aí).
Primeiro: Não é o Bituca, é cover (aí corre)
Segundo: É disco da CID (aí lembra logo dos baciões da vida e... corre mais uma vez)
Mas neste caso eu convido vocês a conhecerem mais a fundo esse disco e sumirmos com ele desses baciões. Pois ele merece estar nas estantes de todo mundo que adora um som bem tocado.
Esse texto foi escrito por mim e por Evilasio Neto
Lançado em 1978, esse disco conta com a produção de Aramis de Barros (Banda Canibais e na época empregado fixo como produtor da cid - inclusive dos discos iniciais de Bezerra da Silva e depois de vários discos da Som Livre dos anos 80 até hoje esporadicamente) e arranjos de Jaime Alem (Nome esse que vocês devem lembrar do disco Jaime & Nair - lançado em 1974 pela cid... muito procurado por aí).
O repertório do disco é composto basicamente de alguns dos maiores sucessos de Milton nos anos 70 - ali você vai encontrar releituras muito caprichadas de clássicos como O Cio Da Terra, San Vicente, Ponta de Areia, entre outros. Reforçando, não se trata de um disco com covers feito "nas coxas", como a cid já fez outras vezes. Jaime Alem fez, nesse disco, um trabalho primoroso e, mesmo respeitando os originais do Milton, tem ali o seu toque pessoal . Eu destaco aqui a gravação de Canção Do Sal, com um arranjo vocal belíssimo.
Os melhore perfumes, às vezes, vem nos menores frascos. Cace direto o lp pois dizem que o cd não existe mais em catálogo (se é que saiu). Em lojas on line ele beira 10 reais pra baixo (acredita nisso?). Corre Risco de você achar ele até lacrado!
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Quadrilogia Parte 1: Harry Nilsson - Nilsson Schmilsson (1971)
Quadrilogia Perry/Nilsson/Ringo e amigos.
O que eu nunca ouço falar é alguém comentando desses quatro discos ao mesmo tempo: Nilsson Schmilsson, Son Of Schmilsson (ambos de Harry Nilsson), Ringo e Goodnight Vienna (os dois últimos de Ringo Starr).
O que tem os albúms em comum se nem da mesma gravadora são? Praticamente TUDO haver!
Pra começar é o produtor... o mesmo dos 4 discos (Richard Perry), e a coisa de que todos esses albums foram gravados com a ajuda dos amigos, e sempre direta, ou indiretamente, ligados ao Beatles.
Vamos seguindo a história pois temos muito a falar:
Disco 1: Harry Nilsson - Nilsson Schmilsson (1971)
Nilsson já vinha tendo um pequeno sucesso com seus discos lançados desde 1967 (destaque para a versão de Everybody's talkin' do album aerial ballet - presente também no filme e na trilha de "midnight cowboy- e o grammy pelo album Nilsson Sings Newman- Randy Newman) mas como todo mundo ele procurava um amadurecimento ainda maior para seu trabalho. Nessa história chega Richard Perry que consegue exatamente o que Harry queria.
O album abre com "Gotta Get Up" (nilsson) que já mostra uma sonoridade totalmente diferente não só de seus antigos discos como de todo o som feito até então de outros artistas. Os metais vem com uma característica toda de Richard Perry que acabou virando marca registrada de quase todos os discos feitos por Harry Nilsson nos anos 70.
"Driving along" (Nilsson) vai seguindo o clima das inovações (repare que logo no inicio da canção tem o som de alguem entrando em um carro, tentando dar a partida e seguindo logo após) e cheio de arranjos vocais bem característicos de Nilsson (são realmente muito bons, mas não os melhores do album...)
"Early in the morning" (Leo Hickman, Louis Jordan, Dallas Bartley) é um dos momentos extremamente mais simples do album (pra você ter idéia, qualquer momento desse disco é totalmente impressionante... vale escutar) com Nilsson se acompanhando sozinho no estúdio com um simples órgão sem nenhuma nota bárbara para os especialistas, eu gosto mesmo dessa faixa pela simplicidade em tudo.
"The moonbean song" é outra que segue o estilo simples, mas começa a inovar no mais belo arranjo vocal, repare nos arranjos do contrabaixo tocado por Herbie Flowers...
"Down" É mais uma com um arranjo de metais bem característicamente pesado, mas o destaque total da canção é a voz de Nilsson, nada leve, estremamente pesado que encaixa como uma luva nessa canção.
"Without you" (Pete Ham, Tom Evans) é uma música que nem precisa falar do tanto que ela é conhecida... A música tinha sido lançada no mesmo ano no album "no dice" da banda Badfinger (contratada da apple, gravadora dos Beatles), mas os arranjos vocais e a sutileza nos instrumentos (piano e a orquestra são o destaque) tornaram essa música praticamente numa música atemporal... toda a rádio que se preza coloca essa versão pra tocar pelo menos uma vez por semana, ou uma vez em duas semanas senão o povo pede mesmo! É também uma música obrigatória em todas as coletâneas de Nilsson até hoje (todas as que vi tem a música presente) e todas as coletâneas de músicas românticas internacionais tem que obrigatoriamente ter a canção no disco... É sim a galinha dos ovos de ouro do album que garantiu um prêmio e 3 indicações no grammy (de 1973??).
"Coconut" (Nilsson) é Nilsson nos vários "Nilsson". Por que falar assim? você praticamente ouve todos os jeitos possíveis e impossíveis de se ouvir a voz dele. É o quase destaque vocal do disco... chega a passar quase despercebida mas ganhou o coração das crianças, vira e mexe você vê alguma criança americana cantando essa música no you tube...
"Let the good times roll" (Shirley Goodman, Leonard Lee) é outro cover do disco, original de 1956, ganhou uma nova forma com essa gravação... sendo mais uma vez como o coro de Nilssons sendo a principal arma e o solo simples de gaita que caiu perfeitamente nos colos da canção.
O destaque total desse disco vem com a próxima canção: "jump into the fire" (Nilsson) Herbie Flowers (baixo), Roger Pope (Bateria) e John Uribe (guitarra) roubam a cena total durante todo o trajeto de seus quase sete minutos de música, é um rock extremamente dançante no qual tudo nela se torna marcante (o solo bate estaca da bateria, o desafinar do contrabaixo que impressionantemente volta a sua afinação precisamente na hora certa da canção e o riff constante da guitarra- gosto mais do riff que termina a canção) e com o potente vocal de Nilsson coroam de vez o album, mas ainda tem mais uma canção.
"I'll Never Leave You" (Nilsson) é uma ótima canção, extremamente calma que diríamos que, se você escutar esse album de noite, essa música vai te levar pra cama hahahahha.
Fecha-se assim este album.
Tá no pique? Então vamos pro segundo album:
O que eu nunca ouço falar é alguém comentando desses quatro discos ao mesmo tempo: Nilsson Schmilsson, Son Of Schmilsson (ambos de Harry Nilsson), Ringo e Goodnight Vienna (os dois últimos de Ringo Starr).
O que tem os albúms em comum se nem da mesma gravadora são? Praticamente TUDO haver!
Pra começar é o produtor... o mesmo dos 4 discos (Richard Perry), e a coisa de que todos esses albums foram gravados com a ajuda dos amigos, e sempre direta, ou indiretamente, ligados ao Beatles.
Vamos seguindo a história pois temos muito a falar:
Disco 1: Harry Nilsson - Nilsson Schmilsson (1971)
Nilsson já vinha tendo um pequeno sucesso com seus discos lançados desde 1967 (destaque para a versão de Everybody's talkin' do album aerial ballet - presente também no filme e na trilha de "midnight cowboy- e o grammy pelo album Nilsson Sings Newman- Randy Newman) mas como todo mundo ele procurava um amadurecimento ainda maior para seu trabalho. Nessa história chega Richard Perry que consegue exatamente o que Harry queria.
O album abre com "Gotta Get Up" (nilsson) que já mostra uma sonoridade totalmente diferente não só de seus antigos discos como de todo o som feito até então de outros artistas. Os metais vem com uma característica toda de Richard Perry que acabou virando marca registrada de quase todos os discos feitos por Harry Nilsson nos anos 70.
"Driving along" (Nilsson) vai seguindo o clima das inovações (repare que logo no inicio da canção tem o som de alguem entrando em um carro, tentando dar a partida e seguindo logo após) e cheio de arranjos vocais bem característicos de Nilsson (são realmente muito bons, mas não os melhores do album...)
"Early in the morning" (Leo Hickman, Louis Jordan, Dallas Bartley) é um dos momentos extremamente mais simples do album (pra você ter idéia, qualquer momento desse disco é totalmente impressionante... vale escutar) com Nilsson se acompanhando sozinho no estúdio com um simples órgão sem nenhuma nota bárbara para os especialistas, eu gosto mesmo dessa faixa pela simplicidade em tudo.
"The moonbean song" é outra que segue o estilo simples, mas começa a inovar no mais belo arranjo vocal, repare nos arranjos do contrabaixo tocado por Herbie Flowers...
"Down" É mais uma com um arranjo de metais bem característicamente pesado, mas o destaque total da canção é a voz de Nilsson, nada leve, estremamente pesado que encaixa como uma luva nessa canção.
"Without you" (Pete Ham, Tom Evans) é uma música que nem precisa falar do tanto que ela é conhecida... A música tinha sido lançada no mesmo ano no album "no dice" da banda Badfinger (contratada da apple, gravadora dos Beatles), mas os arranjos vocais e a sutileza nos instrumentos (piano e a orquestra são o destaque) tornaram essa música praticamente numa música atemporal... toda a rádio que se preza coloca essa versão pra tocar pelo menos uma vez por semana, ou uma vez em duas semanas senão o povo pede mesmo! É também uma música obrigatória em todas as coletâneas de Nilsson até hoje (todas as que vi tem a música presente) e todas as coletâneas de músicas românticas internacionais tem que obrigatoriamente ter a canção no disco... É sim a galinha dos ovos de ouro do album que garantiu um prêmio e 3 indicações no grammy (de 1973??).
"Coconut" (Nilsson) é Nilsson nos vários "Nilsson". Por que falar assim? você praticamente ouve todos os jeitos possíveis e impossíveis de se ouvir a voz dele. É o quase destaque vocal do disco... chega a passar quase despercebida mas ganhou o coração das crianças, vira e mexe você vê alguma criança americana cantando essa música no you tube...
"Let the good times roll" (Shirley Goodman, Leonard Lee) é outro cover do disco, original de 1956, ganhou uma nova forma com essa gravação... sendo mais uma vez como o coro de Nilssons sendo a principal arma e o solo simples de gaita que caiu perfeitamente nos colos da canção.
O destaque total desse disco vem com a próxima canção: "jump into the fire" (Nilsson) Herbie Flowers (baixo), Roger Pope (Bateria) e John Uribe (guitarra) roubam a cena total durante todo o trajeto de seus quase sete minutos de música, é um rock extremamente dançante no qual tudo nela se torna marcante (o solo bate estaca da bateria, o desafinar do contrabaixo que impressionantemente volta a sua afinação precisamente na hora certa da canção e o riff constante da guitarra- gosto mais do riff que termina a canção) e com o potente vocal de Nilsson coroam de vez o album, mas ainda tem mais uma canção.
"I'll Never Leave You" (Nilsson) é uma ótima canção, extremamente calma que diríamos que, se você escutar esse album de noite, essa música vai te levar pra cama hahahahha.
Fecha-se assim este album.
Tá no pique? Então vamos pro segundo album:
Quadrilogia Parte 2: Harry Nilsson - Son of Schmilsson (1972)
Se o outro album já tinha ligações com os Beatles (o outro contrabaixista, que tocou na maioria das músicas do album foi Klaus Voormann - o mesmo amigo da alemanha e quem projetou a capa do Revolver, dos Beatles), neste album o ciclo se torna praticamente implícito com a gravação de parte do disco nos estúdios da Apple em Londres e a participação DIRETA de dois ex-beatles... Ringo (creditado como Richie Snare) toca bateria praticamente o álbum todo e um ouro Beatle que vou falar na hora certa.
O clima do disco é instrumentalmente o mesmo presente no último (Nilsson Schmilsson) porem dessa vez o teor das letras em sua maioria viram praticamente piadas (como se eles estivessem se divertindo apenas com eles mesmos). Dá certo pois o disco é ótimo... não pras paradas de sucesso que ainda estavam com Without You na cabeça..
"Take 54" é a música que abre o disco já no clima pesado pra menores de idade bem entendidos (fala calarente de um "mão nisso e mão naquilo" de uma visitante durante as tentativas de gravação de uma canção) que vem com um ótimo solo de sax e uma "apresentação macabra" logo no fim da faixa (praticamente uma vinheta no disco) que relembra muito aqueles filmes de terror de orçamento baixo dos anos 50/60:
- SON OF SCHMILSSON! (uma voz bem grave cheia de eco e ao fundo um grito constante de mulher)
- Ahn? what's goin' on man? Hey, Who said that? Harry, is that you?
- SON OF SCHMILSSON! (agora um barulho de lobo uivando)
- hehe, that's not funny man, what is the "sourd"of a...a... what is so kind a...What did you get the sound effects from?
- RCA...RECORDS AND TAPES (E uma risada macabra de Nilsson logo após)
"Remember (Christmas)" é a segunda faixa, a mais séria do album? Com certeza: O piano é de Nicky Hopkins ( o mesmo que fez o solo de Revolution, dos Beatles) e uma voz calma e certeira de Nilsson... chega a fazer parte de coletâneas.. mas nem todas. Uma tristeza pois é uma bela canção.
"Joy" é a música country do disco... Mais uma hilária sendo séria nesse disco. Totalmente recitada em suas estrofes, tirando o coro do refrão. Ela chegou a sair sem créditos a Harry (usando um pseudonimo de Buck Earl) para fazer graça, mas também não deu nada. Uma música muito boa, mas infelizmente esquecida.
"Turn on your Radio" é uma música séria que quem pegar o violão e for tocar a mesma vai perceber que pegando suas notas da introdução dá pra indiretamente tocar uma parte de Blackbird dos Beatles... descobri quando estava tocando essa canção. Muito simples também, valeria um single.
"You're Breaking my heart" tem a participação de George Harrison (creditado a George Harrisong no disco) mas apesar de todo o solo o que fica em destaque é a primeira vez que em um disco de Nilsson rolou não um palavrão, mas várias vezes!
"You're breakin' my heart
You're tearin' it apart
So fuck you"
ou em outra frase:
"You stepped on my ass".
O legal é a edição específica dessa música em alguns países: no Brasil, toda vez que se falava a palavra "Fuck" ela era trocada por um efeito de Marretada, e "ass" foi trocada por praticamente um apito de fábrica, só escutando pra você ter uma idéia.
Vira-se o lado do disco e vem uma das músicas mais bem preparadas e arranjadas do mesmo: "Spaceman" chegou a virar single mas também não conseguiu surtir efeito. Tem um belíssimo arranjo de orquestra!
"the lottery song" É simples? É, a melodia dela não passa de uma parte só, mas o destaque mesmo é os arranjos vocais que vão chegando cada vez mais até o fim da canção (bem parecido com o "chegar" de vozes em Coconut e Good Times Roll).
"At My Front Door" (Ewart B. Abner, John C. Moore)é o primeiro e único cover do albúm, que pela segunda (e última vez) tem uma vinheta pra mostrar a piada até com as próprias canções do album:
Começa a mesma como se fosse recomeçar "remember", porém:
- Long ago/Far away (e vem de repente um arroto daqueles de bebado carregado) excuse me (e todo mundo do estúdio cai na risada)
Começa enfim a canção, mais uma das bem animadas do álbum, mas no final dela vem algo que já anuncia o que 2 albuns a frente seria um problema bem feio para Nilsson: Quase no fim da canção ele está fazendo um agudo altíssimo, para, e começa a frase que foi quase eliminada da versão oficial, mas como estavam todos gravando ao vivo esta canção, acabou vazando um "i can't keep it anymore" ou "i can't take it anymore", sinal que a voz de Harry não estava mais aguentando seus velhos agudos...*
* durante a gravação do album "pussy cats" (o famoso album produzido por John Lennon, gravado em 1974), Harry Nilsson simplesmente Rompeu uma prega vocal... a recuperação total só aconteceu 3 anos depois em 1977.
"Ambush" é literalmente uma marcha de guerra, talvez a música mais perto de um protesto gravada e escrita por Nilsson, fala sobre todos se manterem juntos e cantando pois se (ou quando) a música acabar o inimigo vai abrir fogo. Pode estar falando sobre qualquer manifestação da época, seja no local ou em outro canto do planeta (se tratando do ano, 1972, pode estar falando claramente das manifestações contra a guerra do Vietnã- se tratanto de Nilsson ser americano, pode fazer todo o sentido). A guitarra solo dessa música, como da maioria das músicas desse disco ficaram por conta de Peter Frampton!
"i'd rather be dead" (Nilsson/Richard Perry) é mais uma das músicas "engraçadas" do álbum, mas que chega a falar uma verdade que acho que ninguem quer pra si: Preferir morrer do que molhar as calças.
Até aí tudo bem, é uma verdade. O que torna a faixa bizarra é que Nilsson não canta ela sozinha: Ele chamou vários velhinhos para fazerem parte não só do coro como cantar estrofes da canção!
Até eu ver o documentário "did somebody drop this mouse" (que fala sobre a gravação total do album Son of Schmilsson, mas nunca foi lançado oficialmente),eu não acreditava se tratar literalmente de velhos, mas lá estavam eles cantando. Alguns ofendidos pois não sabiam qual seria a música a ser cantada, e outros se divertindo, pois ela foi gravada literalmente ao vivo em estúdio em um clima de festa com direito a bebida!
"the most beatiful world in the world" é a faixa que fecha esse disco. E se acham que ela passa despercebida como a última de Nilsson Schmilsson (i'll never leave you). Ela fala do mundo que é vivido num relacionamento e a certeza de que não vale a pena sair de lá (até parece mesmo com i'll never leave you) mas essa tem uma sutileza totalmente Nilsson/Perry: De repente a música para o pop e se transforma em uma obra literalmente clássica (inclusive no documentário mostra Harry gravando a mesma ao vivo vestido com seu famoso Robe (que estampa a capa do Nilsson Schmilsson) e que era sua peça de roupa favorita.
Ela fecha com um simpático tchau tchau:
- So long, folks! (Harry)
- Goodbye, Harry. (Perry)
- See you next album, Richard.(Harry)
- GOODBYE! (os dois).
A tristeza é que os dois nunca mais trabalharam juntos em um album de Nilsson. Porém no ano seguinte os dois estariam juntos mais uma vez para essa festa entre amigos...
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